sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Review: Paul Di’Anno no Beco

Em uma noite de domingo que muito prometia, O Beco (conhecida casa alternativa de Porto Alegre) foi tomado por headbangers prontos para assistir a algumas horas de heavy metal.

Para esquentar o público, muitas atrações de abertura: Exilium, com um som pesado, pegado, mesclando heavy e thrash nas execuções e composições de músicos jovens; Daydream XI em um prog metal super bem tocado por uma banda não muito mais velha do que a anterior e It’s All Red, a mais pesada delas, trazendo a cara mais moderna do metal ao palco do Beco. Três exemplos de bandas que são altamente recomendáveis.

A Scelerata, banda de apoio, ainda apresentou-se antes com seu novo vocalista, o paulista Fábio Juán, que é agora membro oficial da banda. Em um show não muito extenso, Fábio e a Scelerata mostraram afinidade e o vocalista não deixou dúvidas sobre o merecimento do posto em que se encontra. A Scelerata encontrou seu frontman.

A casa estava cheia e a ansiedade aumentava ao passo que o espetáculo se sujeitava a atrasos***. Eram aproximadamente a 1h30min quando Paul Di’Anno subiu ao palco ao som da introdução “Ides of March”, que foi seguida pelo clássico “Wrathchild”, levantando mais do que nunca a galera.

Conforme o prometido, o primeiro álbum da donzela de ferro foi executado inteiramente. Não em ordem, como alguns esperavam, mas todas as músicas apareceram ao longo do set list, que também contou com músicas de “Killers”, o segundo álbum do Maiden e algumas músicas da carreira solo de Di’Anno – Poucas, pois, por mais que se tente negar, Paul vive sim do passado do Iron Maiden. E o set list do show nos mostra isso. Aliás, a tour chama-se “30th Anniversary Maiden Celebration” e a fonte utilizada no logo com o nome do vocalista é a mesma da banda britânica.

Dentre as músicas próprias, “Marshall Lockjaw”, “Mad Man in the Attic” e “Children of Madness”. Boas ideias, mas sem o brilho e a consagração que só os tempos de Iron Maiden poderiam trazer. E por isso Paul Di’Anno deu aos fãs o que eles queriam ouvir, ainda que com certo limite vocal. O primeiro álbum foi lembrado em todas as faixas, gerando grandes momentos como em “Prowler”, “Phantom of the Opera”, “Iron Maiden” e “Running Free”.

O vocalista fez questão de reclamar sobre problemas em seu microfone. Em outros momentos deixava transparecer certa insatisfação com a reação do público e intimava a galera que àquela altura já não estava tão animada, talvez por conta do atraso.

Após um set de quase 20 músicas, a banda toca “Blitzkrieg Bop” dos Ramones. Isso mesmo, o lado punk de Paul Di’Anno aparecendo ao final do show, que encerrou-se com “Sanctuary”.
A intenção é boa e tem levado público sempre que o vocalista vêm a Porto Alegre, ainda que os anos já não façam de Paul o mesmo cara que se conheceu em 1980.

Bom show, contudo.

***O atraso do espetáculo deve-se ao transporte da equipe que vinha de ônibus Londrina-PR até Porto Alegre.

Setlist:

The Ides Of March
Wrathchild
Prowler
Marshall Lockjaw
Murders in the Rue Morgue
Mad Man in the Attic
Strange World
The Beast Arises
Children Of Madness
Genghis Khan
Remember Tomorrow
Faith Healer
A Song for You
Charlotte the Harlot
Killers
Phantom of the Opera
Iron Maiden
Running Free
Transylvania
Blitzkrieg Bop (Ramones cover)
Sanctuary

Por: Maurício Ketzer

http://rockbox.com.br/2010/08/17/review-paul-dianno-porto-alegre-2010/

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